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A fiscalização vai chegar em quem desrespeita a Lei de Cotas?
19-03-2021 - Fonte: Espaço da Cidadania
Já completaram 2 décadas que o setor metalúrgico de Osasco e região ousou enfrentar mitos e preconceitos que dificultam o ingresso e permanência de trabalhadores com deficiência em suas linhas de produção e em áreas administrativas e gerenciais.
Diversas iniciativas de empresas metalúrgicas abriram horizontes para um mercado de trabalho ainda reprimido, deixando enfraquecidos argumentos da falta de profissionais disponíveis, que o setor era perigoso, etc. Mais de 15 reportagens de televisão deram voz a empresários, chefes, colegas de trabalho e as pessoas com deficiência contratados. Todos mostravam satisfação pelos resultados da inclusão.
Mas vive-se uma contradição neste momento: há um grupo sólido de empresas que cumpre e até supera as exigências da lei, praticando responsabilidade social, concorrendo com outro grupo, que burla sistematicamente a Lei de Cotas diante da ausência de fiscalização local e ineficácia de controle social.
Este divisor de águas ficou mais evidente durante o primeiro ano da pandemia do COVID-19. O grupo que se destaca pela responsabilidade social preservou seus trabalhadores com deficiência enquanto que o grupo de empresas “fora da Lei” aproveitou a pandemia para reduzir em 24,2% seu quadro de trabalhadores com deficiência, ao arrepio da Lei.
Teve empresa que aumentou em 60% o número de empregados, saltando de 320 para 511. Enquanto a lei exige 21 pessoas para cumprir a reserva legal, manteve apenas 3, sem contratar ninguém com deficiência.
Mesmo diante destes absurdos, a ocupação de 85,5% das vagas da Lei de Cotas deve-se ao esforço de empresas que têm empatia por seus trabalhadores e também esperam que a Lei deve ser cumprida por todos.