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Censo revela : Apenas 5% das pessoas com deficiência têm carteira assinada em Barueri
27-08-2008 - Fonte: Espaço da Cidadania
O II Censo da Pessoa com Necessidades Especiais identificou que a cidade de Barueri precisa ter participação social para criar políticas públicas que garantam às pessoas com deficiência o acesso ao mercado de trabalho formal. O estudo identificou que apenas 5% das 2.298 pessoas com deficiência encontradas nos 60.472 domicílios pesquisados trabalham com carteira de trabalho assinada. O Censo foi divulgado pela Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de Barueri no último dia 21.
De acordo com o Censo, 60,7% das pessoas com deficiência residentes em Barueri têm idade entre 16 e 59 anos; porém, apenas 9,2% exercem algum tipo de atividade remunerada. Duas das principais explicações para isso são: o receio de perder benefícios previdenciários, caso a pessoa opte pelo mercado de trabalho; e o já conhecido preconceito existente em relação às pessoas com deficiência.
Os números também mostram o pequeno compromisso das empresas de Barueri com o cumprimento da Lei de Cotas (lei 8.213/91). “As vagas geradas pela lei são suficientes para ocupar todas as pessoas identificadas pelo Censo; mas as empresas instaladas no município não estão dando a devida oportunidade para elas”, avalia o coordenador do Espaço da Cidadania, Carlos Aparício Clemente.
Outro agravante é o baixo nível de escolaridade das pessoas com deficiência: 78% dos entrevistados não freqüentam nenhuma modalidade de ensino; 44,5% deles não sabem ler nem escrever. Além disso, uma em cada quatro crianças de 5 a 15 anos e metade dos jovens em idade de cursar o Ensino Médio, entre 15 e 20 anos, também não participam de nenhuma atividade educacional.
A renda das pessoas com deficiência expressa esse quadro: 83,3% ganham de zero a três salários mínimos. “O Censo responde a uma necessidade apresentada por todos que lutam pela inclusão de pessoas com deficiência: base de dados, a partir da qual devemos trabalhar para contribuir com a mudança da situação das pessoas com deficiência no município e no país”, afirma Clemente.
O Censo confirma ainda outros levantamentos já publicados pelo Espaço da Cidadania: a maioria das deficiências é adquirida ao longo da vida, como afirmaram 66,3% dos entrevistados. Também enfatiza o papel do pré-natal e demais cuidados durante e após a gestação, já que 10% das deficiências foram adquiridas no momento do parto e 14,8% na gestação.
Os pesquisadores visitaram todos os bairros da cidade, que tem 274 mil habitantes. Foram quatro meses de entrevistas e mais de meio ano de tabulação e análise, entre 2006 e 2007.
O estudo foi produzido pela Apae-Barueri com o apoio da Petrobrás e a colaboração da Sabesp, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Promotoria de Justiça e Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing.
Informações sobre o Censo:
Apae – Barueri
(11) 4198-5364 (Giovana)
novoolhar@apaebarueri.org.br